Escrever sobre o Amor.
Quando me pediram para escrever sobre Amor gelei.
Recebi a mensagem com alguma surpresa. Mas não posso negar nunca a satisfação que sinto quando me pedem para escrever.
"Escreve sobre o Amor. Conta a tua história. Tenho a certeza que vais encher o coração de muita gente de esperança."
Lamento.
Posso dizer que caí. Caí tantas vezes. No Amor mais puro. No amor carnal. E se servir de inspiração para alguém... posso dizer que estou aqui. Que quando parecia que nada mais fazia sentido e que o mundo ia acabar... Não acabou. Acabou-se "um" mundo. Não O mundo.
Sobre o sentido das coisas não posso falar. Faziam antes? Alguma vez fizeram? Qual é o sentido?
Não acredito no "para sempre", apesar de não achar que isso faça de mim uma pessoa menos romântica. Ou menos empenhada. Acho que sou só observadora, eterna insatisfeita e neurótica com alguma vontade de ter o calor de um abraço.
Sei que há histórias de Amor que são lindas. Que são elogios à vida.
Mas não é Essa a minha história.
E talvez por ter sabido de tantas dessas histórias maravilhosas. Por ter lido tanta prosa e tanto poema de homens que amaram sofregamente. Por saber viver a ilusão dos outros e ficar presa à minha realidade. Talvez por todas estas coisas não tenha uma história de Amor que possa inspirar.
Acredito que aceitar a doçura do conforto, a adrenalina do improviso e a cumplicidade que vem numa lágrima ou numa gargalhada sejam tão importantes como confiar que vai tudo correr bem.
Em relação ao pedido que me foi feito, escreverei com ternura sobre o Amor. Mas não sobre o meu.