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A Melhor Amiga da Barbie

Quando uma relação acaba.

12.08.13 | Ana Gomes

 

 

Já tive desgostos de amor daqueles difíceis. 

 

Acho que já me saiu de tudo na rifa. Bom, não quero arriscar, mas também não quero propriamente experimentar mais nada. 

Já saí de relações, e já fui posta a andar. 

Conheço medianamente os dois lados do jogo. 

 

O sofrimento, a angustia, a náusea, a não vontade. As conversas dos outros que mais parece que não nos compreendem. Quando na verdade sabem bem. 

 

Mas há um momento particular que não posso esquecer. Num daqueles dias em que o mundo ia acabar, e sem ter de falar sobre o assunto uma pessoa muito importante - que talvez seja melhor não mencionar aqui, não vá eu receber um telefonema desagradável -  disse-me : 

 

"Olha. Não precisas de falar. Não precisas de dizer nada. Mas se quiseres fala. Agora peço-te só que ouças uma coisa, porque sinto-me na obrigação de te dizer isto. A partir de agora por ti... Segue estes conselhos : 

Não lhe mandes mensagens, não lhe tentes telefonar. Não há cá status no msn ( sim isto existia, agora pode-se adaptar "não há cá status no facebook" ), não há indirectas ou permissões. Não há nada. Se acabou, acabou. Ok não foste tu que escolheste. Mas foi o que aconteceu. Depois com o tempo logo se vê o que há. Mas agora permite-te a uma coisa : A NADA.

 

Eu interiorizei isto. Mordia-me toda. E ele dizia-me " Escreve, tudo o que te apetecer dizer escreve num papel, mas depois deita fora. Não caias na tentação de lhe mostrar, ou de voltar a essas palavras. Chora tudo, mas deita tudo fora."

 

Eu aprendi assim. Atenção. Não se trata de orgulho. É um lugar diferente. Um lugar que nos faz respeitar a decisão de quem quis sair, e que nos faz - a seu tempo - ganhar respeito por nós mesmos, e crescer com essa dor. 

 

Talvez por isso haja uma coisa que me deixe um bocado... azeda. 

 

Quando alguns dos meus amigos terminam uma relação a quantidade de posts no facebook é agonizante. 

 

- Primeiro a revolta;

- Seguida do "estou supeeeer bem vês minha/meu fdp?!";

- Intercalados com "como é que me podem ter feito isto?!";

- E terminando em certos casos com laivos de "Olá qualquer pessoa que interaja com o facto de estar "available" apresenta-me lá os/as teus/tuas amigos/amigas que eu dou-lhe a volta, ( ESTÁS A LER ISTO FDP?!)".

 

Somos todos livres de manifestarmos o que quisermos. E eu sou pela liberdade de expressão, por muito que este post não o faça parecer. 

 

Mas há coisas que ficariam tão melhor em privado. 

E agora podem-me dizer " Se não queres ler, não leias." 

Também é verdade.

 

Mas o que digo não é por querer ou não ler. É pelo respeito que as pessoas perdem por elas próprias quando fazem estas avarias.

 

Por muito injustas, ou estúpidas, execráveis ou sacanas que as pessoas que nos largaram possam ter sido - o que por vezes nem é o caso. 

Temos que nos concentrar numa coisa - na nossa vida enquanto indivíduos - temos que aprender a viver connosco próprios - porque... ninguém para além de nós, é obrigada a viver connosco. 

 

Nem nós obrigados a viver com ninguém. 

 

 

Temos é que ser fortes para lidar com a situação. Estejamos do lado que estivermos. 

 

 

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